quarta-feira, 3 de novembro de 2010

fatalismo

Largou do trabalho e ligou para ela. Vou passar aí. Não sei, ela respondeu, tenho trabalho para fazer, uns projetos para entregar, meu marido pode aparecer... Vai ser rápido, argumentou. Em quinze minutos estava tocando a campainha dela. Sorriram sem tomados pela fatalidade dos eventos que aconteciam. Cinco minutos após já faziam amor de fim do mundo. Quando terminaram, se vestiu, a beijou na boca e foi embora. Não falaram muito além do habitual. Tomou o caminho para seu lar. Quando chegou recebeu a uma mensagem dela pedido para tirar uma duvida. Oi, aconteceu alguma coisa?! Você está sozinho? Estou. Não tem ninguém com você? Não, por quê? Nem amigos nem outra pessoa? Não tem ninguém aqui, certificou-a. Não quero mais ver você, ela disse, nunca mais. Me esqueça. Aquilo tinha lhe pego de jeito. Você tem certeza? Perguntou. Absoluta, respondeu. Ficaram o resto da ligação em silencio. Ela encerrou a ligação de súbito. Sobrou naquele lugar vazio o homem, com o silencio da solidão e a amargura das escolhas que fez na vida.

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