sexta-feira, 17 de julho de 2009

Starman Volume 1

Photobucket

Starman é mais do que um herói. É um legado. E é esse legado que é ameaçado no primeiro arco de histórias por um antigo inimigo do passado. Em meio a isso conhecemos Jack Knight, filho mais novo de Ted Knight, o Starman original. Jack é um comerciante de antiguidades e colecionáveis que subitamente é arrastado para o legado dos Starmen.

Starman não é novidade no Brasil, mas no formato e qualidade que a Panini oferece sim. Este lançamento da Panini Books reúne as nove primeiras edições de Starman, recheado de extras interessantes, capa dura e papel de qualidade.

Mesmo com o luxo um tanto exagerado, creio que Starman vale o esforço. Tanto para fãs de super heróis quanto para de quadrinhos em geral, Starman é uma boa pedida. Sua história começa pelo surgimento do herói, todas as suas dificuldades em aceitar e continuar no papel e progride para a sua maturidade.

O tempo foi generoso com a série. Originalmente publicada em 1995, não tem aquela sensação de ingenuidade e imaturidade que acompanha leituras de séries da mesma época. E em um período que se trabalhava mais imagens ao invés do texto, temos um gibi digno de produção da Vertigo: texto em conjunto com a arte casando perfeitamente com a proposta mais madura, mas sem sair (muito) da proposta dos super heróis. Tudo obra de James Robinson, criador da série.

É preciso notar que a arte de Tony Harris dá o clima certo à história. Sua arte é expressiva em momentos tranquilos e tensos, e mesmo a disposição dos quadros ajuda nisso. Particularmente a história fechada contando o passado do vilão Sombra mostra desenhos mais sombrios e a participação de um escritor famoso. Nas demais histórias (além do arco inicial em 4 partes, duas histórias fechadas e uma em duas partes), a arte de Harris segue o mesmo padrão, porém diferente das histórias mais recentes dele, mantendo a qualidade, claro!

Histórias de primeiríssima qualidade, lançadas originalmente no lamaçal dos comics que foram os anos 90 (principalmente ao fim da década). Assim como Hitman, Starman já foi publicado pela Magnum Force e a Metal Pesado/ Brainstorm/ Tudo em Quadrinhos, mas nunca foi finalizada. Na verdade só lembro Starman ter sido publicada uma história por edição pela Magnum e em edições esparsas pela outra (em especiais e na revista Dark Heroes) e ainda um especial reunindo as quatro primeiras histórias. Esta edição é tão luxuosa quanto os encadernados de Sandman da Conrad, por isso uma ótima aquisição, valendo cada centavo.

Nota 10.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Aaaaai, papai...

O gibi do X-Factor número 45 que saiu lá nos EUA mostrou o que todo mundo que lia aquela joça de X-Force nos anos 90 suspeitava: que o Rictor, um mutante com poderes de terremoto, e Shatterstar, um guerreiro do mundo de Mojo que é filho da Cristal com Longshot (não sei se isso foi alterado e nem interessa) são viados!

Photobucket

Quando pensei nisso, depois de um tempo, lembrei de um gibi que comprei quando moleque, na verdade o primeiro gibi de X-Men que comprei na vida: X-Men número 95 da Editora Abril. Além da ótima história, surpreendentemente escrita pelo Fabian Nicieza e por um Mike McKone muito do nojentinho, dos X-Men caçando o Dentes de Sabre, tinha também uma história do X-Force escrita pelo mesmo Nicieza e desenhada por Matt Broome que "dão a entender" certos motivos dos dois mutuninhas. Por isso, vamos fazer um verdadeiro estudo de caso com algumas páginas que fazem todo o sentido do mundo agora!

Photobucket

Essa página foi feita para enganar o trouxa. Para disfarçar. Depois que Sam Guthrie, o Míssil, despediu-se de Dinamite para ir com Roberto da Costa, o Mancha Solar, sei lá para onde, Rictor aparece todo homão dizendo que Sam devia ter dado uma bitoca na Dinamite e o faz. Mesmo assim o cara fica chupando dedo porque Dinamite ama o Sam. Talvez esse seja todo o motivo de Rictor buscar carinho no colo do Shatterstar: UM AMOR NÃO CORRESPONDIDO!

Photobucket

Agora vejam QUEM o Rictor vai ver depois disso...

Photobucket

Siiiiimmmm! O seu consolo, o Shatterstar! Fazendo exercício com duas espadas (uia) numa "tauba" com uma malhinha de fazer inveja na aeróbica da minha prima. Hummmm, que delícia! E isso não é tudo, vejam o que o Rictor solta para a coitada da Feral no primeiro quadro quando ela o flagra olhando o Shatterstar:

Photobucket

Ele diz "Vai por mim, menina! Se quiser alguma coisa... ...agarre logo!" Aaaaai, papai. O que será que ele quis dizer com isso? Depois Rictor sai e deixa o Shatterstar fazendo seus exercícios de balé segurando duas varas, e o que ocorre a seguir se não é revelador, eu não sei mais o que é:

Photobucket

Siiiiimmmm! Ele recusa a ruiva tesudissíma Syrin que estava ainda por cima BÊBADA e vai embora sem mais nem menos deixando a gata inconsolada! Eu acho que essa fanta é uva!

No final, temos uma "troca de carícias" entre os dois bofes, pois como são muito másculos e viris se estranham na tapa para depois resolver na cama! Uma típica briga de quem fica com o controle remoto da TV. É um casal que tem muito ainda o que aprender. No quadro da página seguinte o Shatterstar ainda tenta acalmar o seu homem que está irritado, suplicando compreensivamente "Qual o problema? Fala!". Vamos lá, Ric, não esconda seus sentimentos! Nesse mesmo quadro ainda há uma troca de farpas entre Ric e a bicha velha-mor do Cable! Não o chame de "Júlio", Cable. Só a mamãe chama ele assim...

PhotobucketPhotobucket

Espero que se divirtam tanto quanto me diverti ao ver um colecionador de gibis descobrir que aquelas histórias xexelentas ganharam um significado maior. Mesmo que seja só para fazer piada!

A edição original dessas páginas foi a X-Force número 26, primeira série. Infelizmente não consegui escanear meu gibi, mas peguei a capa na net e umas páginas escaneadas de uma edição em espanhol. As partes citadas não são traduções livres, mas trechos retirados diretamente da edição em português.

Diego Rodrigues

domingo, 5 de julho de 2009

como as pessoas são

Nada de contos hoje. Este é o primeiro post sobre “como as pessoas são”... porque as pessoas são muito pessoas, e quem anda de ônibus sabe disso.

Eu voltava do trabalho, com febre. Estou com uma gripe violenta, não é a do porco, mas poderia ser a do javali.

Sentei junto à janela. Eu e meu nariz entupido. O ônibus estava vazio, mas sabe que alegria de pobre dura pouco, e num determinado ponto sobem duzentas mil pessoas... quase todas as cadeiras já estavam ocupadas quando avistei uma mulher com uma criança passando pela borboleta. Fiz um pensamento positivo para que ela não sentasse ao meu lado, mas foi mais forte a Lei de Murphy.

Ela sentou ao meu lado e o pirralho foi logo apoiando os pés na minha perna. Não olhei para eles. Não queria ser obrigada a rir educadamente pra o pirralho que invadia meu espaço.

A viagem começa. Num dado momento o pirralho pega a frauda da chupeta e começa a bater no meu rosto. Eu não olho. Não quero socializar. Não satisfeito ele avança no meu braço, que eu instintivamente puxo, o que irrita profundamente a mãe do menino. Ela se balança, começa dos ombros até a cintura. Passa a palma da mão nos cabelos e coloca o Chanel pra trás dizendo “mai eu num to dizeno”

Percebo que ela ficou irritada. Mas nem olho. Definitivamente não quero socializar. Só consigo pensar em comprimidos e na minha cama.

O caminho segue, e quando estamos presos num engarrafamento o menino avança no meu colar. A mãe puxa o pirralho com certa ignorância começa a chamar a atenção dele. Eu tiro o acessório da mão dele e digo que ela lave a mão da criança quando chegar em casa porque estou muito gripada. Ela procura meus olhos e quando me fita tenho certeza que estou encarando uma entidade, mas não sei se é o tranca-rua ou a pomba-gira...

Volto meus olhos novamente pra janela tentando ignorar sua raiva... Sinto seu olhar de laser queimando meus cabelos. Enquanto isso o menino passa a mão por baixo do meu braço e me belisca.

Quando desço do ônibus ela começa a berrar que eu deveria pegar um taxi ou ir pra casa de avião. Olho pra trás e vejo sua intenção clara de chamar atenção. Penso em voltar e perguntar por que se ela queria me dizer aquilo porque não o fez naqueles 40 minutos em que estive sentada ao seu lado... Sabendo que seria inútil e que a baixaria seria maior, desço. Engulo seco e desço. Acho até que ela me chamou de rapari**...

Fiquei pensando como era engraçado ela dizer que eu deveria ir de taxi porque não quis socializar com a criança, mas aturei ele chutar minha perna a viagem toda e não falei nada quando ele me beliscou. Ela se doeu toda só porque eu não socializei. As pessoas são muito pessoas mesmo.