Doutor, eu não consigo doutor. Aquela mulher ficou na minha cabeça e não sai. Quero comer, mas só como o que comíamos quando estávamos juntos. Não mudei um item da feira que fazia na época.
Minha casa virou um templo de adoração daquela mulher. Hoje eu vou ao banheiro e vejo a pasta de dente e não tenho coragem de apertá-la, pois a última pessoa que apertou foi Gina. Apertou o tubo da pasta pelo meio, coisa dela mesmo. Odeio quando qualquer um faz isso com a pasta, mas com ela eu não reclamei. Nunca tive coragem de pedir para que ela apertasse no final. Aquele Kolynos em cima da minha pia ficou tão bonito... Sabe quando se está perante uma deusa? Tudo tocava virava bento, mais caro que ouro. Decidi não cometer o pecado de mexer naquele tubo cuja ultima pessoa que o tocou foi ela. De tanto admirar aquilo acabei não vendo necessidade de comprar uma pasta ou escova nova. Por conta desse desatino meus dentes já não são mais os mesmos. A minha boca só tem uns cinco dentes que ainda não foram arrancados. Isso aqui é uma prótese.
E a coisa piora a medida que o tempo segue. Ninguém usa esse modelo de calça e camisa com gola desde a época que eu estava com ela. E o problema doutor, é que Gina amava homem vestido assim. Quero usar roupas de outros modelos, mas, mas... Cacete, eu não consigo. Essa roupa foi comprada na Mesbla. Quase morri do coração quando aquela loja faliu. Foi lá que ela escolheu todo o meu guarda-roupa. Da cueca de oncinha a camisa pólo listrada em diagonal, passando pela calça brim e o sapato Clark de cromo alemão. Ela me vestia feito um boneco Bob da Barbie. Gina saía me levando de arara em arara com um sorriso enorme, escolhendo o que ficava bonito em nós dois. Eu pagava sem dizer um ai. Sabia que ficava bonito quando ela dizia que eu estava bonito. Nunca tinha me achado atraente para mulher nenhuma antes. Confesso que era uma situação ridícula para um homem feito, mas se dessa forma eu poderia estar na vida dela nem me importava. Amei ser o brinquedo dela ou o que ela queria que eu fosse. Agora perco uma nota preta pedindo roupas por encomenda das fabricas que produziam aqueles modelos. De uns dias para cá surgiu o medo que ela não queira mais ficar comigo já que não sei se estou vestindo o que ela gosta atualmente. Nem sei se devo me preocupar com isso de verdade. Pode ser que ela ainda goste, não é?
Não compro um eletrodoméstico novo desde que ela saiu de casa. Mesmo com as peças saindo de linha, teimo em deixá-los em pleno funcionamento. Por isso quando a coisa apertava acabei descobrindo o restaurador que vivia dentro e mim. Então eu lixo, remendo, repinto e troco o que posso de tudo que estava perdendo o brilho ou ficando com jeito de velho. Não conte para ninguém doutor, confio na sua ética profissional. A coisa chegou ao ponto que já possuo um liquidificador com uma liga segurando o motor e a borracha da porta da geladeira só está fixa no lugar por causa da quantidade cavalar de super bonder que pus lá. Algumas vezes a coisa não tem jeito, como o dia em que chorei sem saber o que fazer quando vi que o sofá da sala deu cupim. Quando isso acontece dou espaço para o medo que ela não volte. Chego a pensar que ela me abandonou mesmo. Matei todos os cupins e arrumei a coisa toda como pude. Sigo em frente com minha vida.
Veja essa foto da época. Batemos na festa do morro. Mudei pouco não acha? Mesmo assim rezo todo dia para Nossa Senhora da Conceição para que Gina não note o que o tempo fez comigo enquanto ela estava fora. Que agora eu tenho cabelo tingido, rugas e esses pés de galinha. Para combater o corpo flácido malho todo dia, comprei cremes e o que mais inventam para essas donas ficarem novas para os maridos só para ela não se decepcionar quando me ver.
O que eu faço enquanto Gina não volta? Antigamente ficava vendo televisão esperando que toda vez que o telefone tocasse fosse ela me dizendo onde estava. Hoje em dia fiz progressos: tomo conta do meu xaxim, do cachorro (quinto cachorro da mesma raça, tamanho e cor) e ainda mantenho meu trabalho na contabilidade.
Como é no trabalho? Não é complicado. Vim aqui para provar ao senhor que ainda sei separar as coisas. Ninguém entende como eu trabalho como um louco naquela firma, mas não aceito uma promoção sequer. Mas no dia que ouvi falar que estavam querendo remover a nossa empresa para outro prédio. Melhor, mais moderno. Não aceitei. Juntei um monte de gente que já estava com saco cheio daquele trabalho e fiz um piquete. Quando soube da confusão o seu Artur (que é o presidente da firma) tratou logo de dar um despacho em tudo e meter a caneta pra cima de quem estivesse achando ruim. Mas quando se é o contador, se descobre e se esconde um monte de esqueletos dentro dos armários. Por isso o presidente veio falar comigo quando soube que era eu o chefe da greve. Além disso, ele é muito fã daquele cara, o Rockfeller, que falava “Para ficar rico você precisa de um poço de petróleo e um bom contador”. Ele tinha um respeito danado por mim. Sentei-me sozinho na frente do homem que montou aquela firma tão grande graças a minha ajuda. Não íamos falar de números, balancetes ou coisas do tipo. Ele queria saber por que eu não aceitava mudar de sala, diminuir a minha carga horária ou tirar férias. Foi a conversa mais intima que tivemos em todos esses anos. Pela segurança que ele me passou tive coragem de confessar os motivos daquela revolta. Falei: era mais fácil para Gina me achar se eu ainda estivesse no mesmo lugar. Ele segurou o queixo com a mão e revirou os olhos como se quisesse falar alguma coisa. Demorou algum tempo e perguntou se Gina era a tal menina que conheci na saída do trabalho, passou uma semana comigo e me abandonou ou era uma lenda do escritório. Eu corrigi dizendo que ela teve que sair para visitar um parente que estava passando mal naquela noite, mas não voltou ainda porque aconteceu alguma coisa que só Deus sabe, mas ela não foi embora. Acho que a parenta dela piorou e ela está lá até hoje esperando a coitada melhorar para voltar para mim. Gina sabia cuidar de uma pessoa como ninguém sabe cuidar. Não quero dar trabalho para Gina e por isso eu aguardo ela ter tempo para voltar para mim.
E não me olhe com essa cara. Eu lhe garanto, tanto quanto dois e dois são quatro que Gina não mentiu para mim um dia sequer. Ela era bonita demais para mentir para mim. Algumas vezes ela falava umas coisas que pareciam não ter sentido. Mas eu sabia que é normal falar coisas estranhas quando você ama muito uma pessoa e fica na presença dela. Por mais que digam o contrário eu sei o quanto que aquela mulher me ama, doutor.
Nunca vou ter alguém igual a ela. E por isso eu gostaria que o senhor me fizesse a gentileza de me passar esse atestado que meu patrão pediu, garantindo que posso retornar ao trabalho. O senhor não vai querer ter problemas. Já pensou se a Receita Federal descobre aqueles recibos de atendimento médico que o senhor libera para os seus pacientes descontarem o Imposto de Renda deles? Ter um contador discreto e um funcionário leal é uma raridade esses dias. Não concorda? O Prozac fica por sua conta.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Iron Maiden no Recife - Confissões de quem foi.
Ainda lembro como se fosse ontem, ou outro dia que invento coisas para compensar os lapsos de memória. Manhã de sábado de 2008, ressaca, nove da manhã. Até aí nada de anormal. O jornal me aguarda na mesa. Como sou o assinante minha mãe permite que eu seja o primeiro a abri-lo. Graças a vida fútil de intelectual que levo, sempre leio primeiro o caderno de cultura. Então lá no finalzinho do rodapé da pagina, esquecida para os olhares desatentos, estava: IRON MAIDEN VAI TOCAR NO RECIFE. Não acreditei, mas se estava no jornal tinha chance de ser verdade (pelo menos noticias desse nível de interesse). Uma das bandas que conseguia balançar minha cabeça em frente de uma caixa de som, junto aos meus amigos, viria para a maior cidade de interior do mundo.
Liguei para Diego, que me recebeu com os naturais queixumes que lhe são característicos. Quando lhe falei do show ouvi tanto palavrão do outro lado da linha que abri um sorrisão. Estávamos uma alegria só. Desde então decidimos que iríamos ao show. Como ele era meu parceiro o que foi possível eu fiz. De ligar para ele a cada vez que via alguma coisa até emprestar dinheiro para o ingresso. Ele também não me deixou na mão me passando muito material sobre a banda.
No primeiro dia de venda dos ingressos estávamos lá as oito da matina. Já havia pelo menos doze pessoas na nossa frente. Sei disso porque organizei uma ata para que as pessoas, caso precisassem, saíssem e quando voltassem seus lugares ainda estariam garantidos. O primeiro da fila, um menino de dezessete anos, chegou às cinco da manhã depois de passar a noite insone. A fila foi crescendo. Às nove horas, horário de funcionamento do shopping, o segurança nos avisou que a venda só estava programada para começar as treze. Ficamos lá mandando trabalho, escola ou qualquer coisa que manda na vida da gente para o inferno. Aquele era um momento nosso. Eu sabia que o show do Iron começava extra oficialmente naquela fila. Exceto pelo caso de um menino que tentou furar a fila enquanto eu estava fora, sendo repelido por Diego e passou a ser mais moral que todo o elenco do senhor dos anéis, não aconteceu nada de anormal naquele antro de headbangers. E o exercício de paciência teve mais um capítulo se encerrando às treze horas. Talvez pela influência da banda, ou profissionalismo da produtora (mistérios divinos) a venda de ingressos começou pontualmente no horário. Se me dissessem há dez anos atrás que teria um ingresso para um show desse eu não acreditaria. Voltei para casa contando os dias.
Na semana de véspera eu só era sorrisos. No dia do show eu estava insuportavelmente empolgado. Tudo era desculpa para tocar no assunto. Sai da escola para a cidade com a missão de comprar uma camisa da banda. É clichê eu sei, mas foda-se! Eu queria estar muito bem trajado de metaleiro, por mais pop que fosse essa cena. Penei para achar uma que me agradasse. Ou haviam acabado ou eram horríveis. Acabei caindo na camisa do álbum “fear of the dark” e passei o inicio da tarde esperando Diego chegar para irmos ao eldorado.
Chegamos às dezesseis. Nunca tinha ido ao Jokey. E mesmo enorme daquele jeito tinha muita gente. Mas a impressão que tive foi a que não foram tantas pessoas quanto eu esperava. De show de rock grande assim eu só tenho de referencia o Abril pro Rock. Andamos pelas imediações, mas nada que merecesse a nossa atenção. Todo mundo queria entrar. Encontrar outra cor que não fosse preto poderia ser um excelente passatempo. Um amigo de Diego nos convidou para um lugar no inicio da fila quilométrica. Entrar naquele lugar e saber que não tinha mais volta, dar um urro e saber que ia ver o Iron Maiden. Lembrei dos que foram no Rock in Rio. Agora era oficial: estava no show. Gastei meus créditos ligando para o máximo de gente para divulgar minha façanha. Eu estava lá!
Nem tudo era um conto de fadas. Parece que os produtores esqueceram que uma das melhores coisas de ser Headbanger é ficar muito bêbado, mesmo com pouco dinheiro. Mas é possível ficar assim, apenas vendendo Heineken, a quatro reais, latinha? Parabéns para quem conseguiu ficar assim; para quem não foi afoito e ficou bebendo lá fora ou trouxe uma garrafinha com algo mais forte e o segurança não viu.
Quando se espera meses e dias os minutos são torturantes. E se tem um show da filha de Steve Harris, a coisa é pior ainda. Nunca uma meia hora demorou tanto. E olhe que já dei muita aula em quinta série na minha vida. A menina até que poderia ser cantora, mas porque justo de metal? Aquilo é muito ruim (musicalmente falando) e sem personalidade (ficava gritando para a platéia “Are you ready, Recife?!” jurando que só porque funcionava com Bruce Dickson ia dar certo com ela). Ela deveria tentar alguma outra coisa. Sei lá, algo mais pro lado de Britney Spears, High School Musical ou simplesmente Paris Hilton. Rolou até uma briga próximo de onde eu estava durante o show dela, coisa que eu quase nunca vejo em show de rock. Mas quem recriminaria alguém por se estapiar depois de ouvir aquele lixo? Os pais deveriam pagar algumas horas de “vergonha alheia” antes de dar apoio a todo tipo de sonho que os filhos querem por para frente.
As vinte e uma horas e cinco minutos as luzes se apagaram, os telões se ascenderam e tudo mais fazia sentido. O show do Iron foi exatamente como eu esperava que fosse. Destaque para o comentário de um amigo meu de naza que afirma do alto da sua sabedoria eclética “Depois de Zezé de Camargo & Luciano, Iron Maiden é o melhor show ”. Cada uma que eu escuto... O palco não era tão fantastico quanto eu esperava. basicamente o cenário do Iron se resume a um grande painel pintado com os motivos da banda. Em laguns momentos eles mudam a pintura, mas no mais foi isso. Mesmo assim fiz alguns "oh..." admirado com os fogos e curti quando o Eddie Gigante caminhou sobre o palco. se tivessem posto um boneco gigante de olinda para eles se atracarem ia ser perfeito. Ou engraçado.
Não tive grandes surpresas no set list, mas foi muito bom cantar as musicas executadas ao vivo. Meu inglês enrrolation atuou a maior parte do tempo. Só lamento ter esquecido meu isqueiro nos momentos “Woodstok”. Ser verticalmente deficiente é trágico, mas um morrinho que encontrei lá me salvou de um desastre completo. Mesmo assim, vi grande parte do show pelos telões. O palco só conseguia assistir quando dava uns pulos ou ficava de ponta de pé.
O show acabou cedo, as vinte e três horas no máximo, com Bruce Dickson comentando conosco “Hey, Recfe. This is a frist time, hun?!”. Tudo isso para revelar que eles voltam para o Brasil em 2011, com o show do CD novo, que ainda será lançado. Dessa vez eu só vou se puder ficar na área VIP. Merece cada centavo gasto. Lembra que falei que o show era previsível? Pois é, a coisa era tanta que quando os primeiros acordes da ultima musica foram entoados todo mundo já cochichava que o show tinha chegado ao fim baseado nas apresentações que aconteceram nas outras cidades por onde a turnê passou. Por mais que o pessoal gritasse não voltaram para um segundo bis. Confesso que não sei de onde tiraria forças para isso.
Voltei para casa sem voz, mas feliz. E tudo isso é o que importa.
Quero mais e Motohead ^^
Liguei para Diego, que me recebeu com os naturais queixumes que lhe são característicos. Quando lhe falei do show ouvi tanto palavrão do outro lado da linha que abri um sorrisão. Estávamos uma alegria só. Desde então decidimos que iríamos ao show. Como ele era meu parceiro o que foi possível eu fiz. De ligar para ele a cada vez que via alguma coisa até emprestar dinheiro para o ingresso. Ele também não me deixou na mão me passando muito material sobre a banda.
No primeiro dia de venda dos ingressos estávamos lá as oito da matina. Já havia pelo menos doze pessoas na nossa frente. Sei disso porque organizei uma ata para que as pessoas, caso precisassem, saíssem e quando voltassem seus lugares ainda estariam garantidos. O primeiro da fila, um menino de dezessete anos, chegou às cinco da manhã depois de passar a noite insone. A fila foi crescendo. Às nove horas, horário de funcionamento do shopping, o segurança nos avisou que a venda só estava programada para começar as treze. Ficamos lá mandando trabalho, escola ou qualquer coisa que manda na vida da gente para o inferno. Aquele era um momento nosso. Eu sabia que o show do Iron começava extra oficialmente naquela fila. Exceto pelo caso de um menino que tentou furar a fila enquanto eu estava fora, sendo repelido por Diego e passou a ser mais moral que todo o elenco do senhor dos anéis, não aconteceu nada de anormal naquele antro de headbangers. E o exercício de paciência teve mais um capítulo se encerrando às treze horas. Talvez pela influência da banda, ou profissionalismo da produtora (mistérios divinos) a venda de ingressos começou pontualmente no horário. Se me dissessem há dez anos atrás que teria um ingresso para um show desse eu não acreditaria. Voltei para casa contando os dias.
Na semana de véspera eu só era sorrisos. No dia do show eu estava insuportavelmente empolgado. Tudo era desculpa para tocar no assunto. Sai da escola para a cidade com a missão de comprar uma camisa da banda. É clichê eu sei, mas foda-se! Eu queria estar muito bem trajado de metaleiro, por mais pop que fosse essa cena. Penei para achar uma que me agradasse. Ou haviam acabado ou eram horríveis. Acabei caindo na camisa do álbum “fear of the dark” e passei o inicio da tarde esperando Diego chegar para irmos ao eldorado.
Chegamos às dezesseis. Nunca tinha ido ao Jokey. E mesmo enorme daquele jeito tinha muita gente. Mas a impressão que tive foi a que não foram tantas pessoas quanto eu esperava. De show de rock grande assim eu só tenho de referencia o Abril pro Rock. Andamos pelas imediações, mas nada que merecesse a nossa atenção. Todo mundo queria entrar. Encontrar outra cor que não fosse preto poderia ser um excelente passatempo. Um amigo de Diego nos convidou para um lugar no inicio da fila quilométrica. Entrar naquele lugar e saber que não tinha mais volta, dar um urro e saber que ia ver o Iron Maiden. Lembrei dos que foram no Rock in Rio. Agora era oficial: estava no show. Gastei meus créditos ligando para o máximo de gente para divulgar minha façanha. Eu estava lá!
Nem tudo era um conto de fadas. Parece que os produtores esqueceram que uma das melhores coisas de ser Headbanger é ficar muito bêbado, mesmo com pouco dinheiro. Mas é possível ficar assim, apenas vendendo Heineken, a quatro reais, latinha? Parabéns para quem conseguiu ficar assim; para quem não foi afoito e ficou bebendo lá fora ou trouxe uma garrafinha com algo mais forte e o segurança não viu.
Quando se espera meses e dias os minutos são torturantes. E se tem um show da filha de Steve Harris, a coisa é pior ainda. Nunca uma meia hora demorou tanto. E olhe que já dei muita aula em quinta série na minha vida. A menina até que poderia ser cantora, mas porque justo de metal? Aquilo é muito ruim (musicalmente falando) e sem personalidade (ficava gritando para a platéia “Are you ready, Recife?!” jurando que só porque funcionava com Bruce Dickson ia dar certo com ela). Ela deveria tentar alguma outra coisa. Sei lá, algo mais pro lado de Britney Spears, High School Musical ou simplesmente Paris Hilton. Rolou até uma briga próximo de onde eu estava durante o show dela, coisa que eu quase nunca vejo em show de rock. Mas quem recriminaria alguém por se estapiar depois de ouvir aquele lixo? Os pais deveriam pagar algumas horas de “vergonha alheia” antes de dar apoio a todo tipo de sonho que os filhos querem por para frente.
As vinte e uma horas e cinco minutos as luzes se apagaram, os telões se ascenderam e tudo mais fazia sentido. O show do Iron foi exatamente como eu esperava que fosse. Destaque para o comentário de um amigo meu de naza que afirma do alto da sua sabedoria eclética “Depois de Zezé de Camargo & Luciano, Iron Maiden é o melhor show ”. Cada uma que eu escuto... O palco não era tão fantastico quanto eu esperava. basicamente o cenário do Iron se resume a um grande painel pintado com os motivos da banda. Em laguns momentos eles mudam a pintura, mas no mais foi isso. Mesmo assim fiz alguns "oh..." admirado com os fogos e curti quando o Eddie Gigante caminhou sobre o palco. se tivessem posto um boneco gigante de olinda para eles se atracarem ia ser perfeito. Ou engraçado.
Não tive grandes surpresas no set list, mas foi muito bom cantar as musicas executadas ao vivo. Meu inglês enrrolation atuou a maior parte do tempo. Só lamento ter esquecido meu isqueiro nos momentos “Woodstok”. Ser verticalmente deficiente é trágico, mas um morrinho que encontrei lá me salvou de um desastre completo. Mesmo assim, vi grande parte do show pelos telões. O palco só conseguia assistir quando dava uns pulos ou ficava de ponta de pé.
O show acabou cedo, as vinte e três horas no máximo, com Bruce Dickson comentando conosco “Hey, Recfe. This is a frist time, hun?!”. Tudo isso para revelar que eles voltam para o Brasil em 2011, com o show do CD novo, que ainda será lançado. Dessa vez eu só vou se puder ficar na área VIP. Merece cada centavo gasto. Lembra que falei que o show era previsível? Pois é, a coisa era tanta que quando os primeiros acordes da ultima musica foram entoados todo mundo já cochichava que o show tinha chegado ao fim baseado nas apresentações que aconteceram nas outras cidades por onde a turnê passou. Por mais que o pessoal gritasse não voltaram para um segundo bis. Confesso que não sei de onde tiraria forças para isso.
Voltei para casa sem voz, mas feliz. E tudo isso é o que importa.
Quero mais e Motohead ^^
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