terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

definitvamente Atílio não servia para o esporte.

muito menos o esporte para nosso sendentário em questão. A velha história do casal que não nasceu para viver junto, por mais que tentasse. isso de ficar sarado a base de suor, carreira e o escambau não estava traçado nos seus planos. Na natação ficava sempre gripado, no futebol vivia torcendo a perna, no judô o braço estava sempre inchado e a medida que os esportes individuais se mostravam menos convidativos ele mandava as favas todo aquela conversa mole de fitnnes e vivia feliz. Até voltar a perceber o bucho crescendo na medida que as farras aumentavam e a vergonha de tirar a camisa na praia crescia em proporção inversa que ele se sentia menos desejado.
resolveu, como todo clássico amante frustrado do esporte, apostar. ciclismo foi a bola da vez. trajeto simples. coisa de alguns quarteirões e voltar para casa a tempo de tomar café e seguir para o trabalho.
acordou as cinco e quarenta da matina. Ainda em jenjum botou uma bermuda preta, camiseta azul, tenis e óculos. alongou as extremidades com o pouco q se lembrava das aulas de educação física. retirou a velha magrela da condição de obra de arte e desceu com a inseparável magrela para cruzar as ruas do centro do recife pela manhã. os poucos carros, a gente trabalhadora que sai de casa ainda escuro para chegar cedo no serviço e os passaros a gorguejar eram as testemunhas da nova tentativa do atleta.
seguiu em disparada o destino. logo de início notou que a bicicleta estava além do normal de pesada. os peneus estavam murchos. nada que uma parada providencial no posto de gasolina que fica em frente ao colégio Decisão não resolvesse, pensou. somando o tempo da parada, percorreria o trajeto em torno de vinte minutos. isso lhe permitiria um banho, café da manhã contemplativo e chegar ao trabalho com tempo de sobra. chegar ao posto não foi problema. mas coisas começaram a pender para o lado do rastro de corno por lá.
ao inserir a mangueira no pito do peneu ele se esvaziou por completo. ao apertar os botões da bomba de ar ela não fazia nada. e ao pedir para o frentista que lhe garantiu que a bomba funcionava para que (a contragosto) ele operasse a geringonça (afinal, a culpa é sempre do usuário incompetente) o funcionário concluiu que (de fato) ela estava quebrada. (merda)
Saiu de lá empurrando aquele trabolho de peneu vazio o mais rápido que podia até em casa. para passar o tempo que passou posando de mané, relembrou de todo mundo que odeia e lhe sacaneou para ter mais raiva da própria vida. chegou com meia hora de atraso e teve apenas quinze minutos para se arrumar para o trabalho. pela enézima vez não deu.
mas não foi de todo o mal. refletindo a noite, depois de um dia de cão, avaliou o tempo que percorreu resolveu não ser tão radical e dar mais uma chance ao mundo dos atletas. algo mais simples e menos tecnológico, como o cooper.

Um comentário:

Unknown disse...

o nome verdadeiro de atílo é outrooooo